Seguidores

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pindorama

O Popol Vuh, Livro Sagrado da Nação Maia da América Central, assim relata o momento da Criação do Mundo :-"0 aspecto da Terra ainda não havia sido revelado, havia apenas o Mar Doce e o espaço aberto do Céu. Assim falaram as Divindades: –"Retirai-vos Águas e dai lugar para que a Terra aflore e se consolide". "TERRA", disseram, e no mesmo instante esta foi criada".


Diz ainda o Popol Vuh : –"De barro, fizeram a carne dos Homens"–, significando, então que a Primeira Raça Humana era de cor vermelha acobreada, da cor do barro com que foi criada, símbolo da interação da Terra e da Água, vivificada pelo Fogo do Espírito insuflado pelo Ar do Hálito Divino.

E nesta imensa terra aflorada que a ciência atual denomina Pangéia – Continente Uno – o primeiro ponto seguro sobre a crosta terrestre foi, justamente, o que hoje denominamos de Planalto de Goiás, no Estado de Goiás, no Brasil Central.

Com o passar dos milênios, a primeira raça humana desceu deste planalto central original, multiplicando-se e ocupando as terras firmes do imenso continente único ainda existente, deixando como lembranças de sua passagem, em toda a Terra, imensas construções megalíticas ainda hoje inexplicadas e que, por terem sido elevadas ou rebaixadas pelo nascimento das cadeias montanhosas, hoje são atribuídas à raças muito posteriores que delas fizeram uso como refúgios seguros, observatórios celestes, templos a seus ancestrais, fortalezas ou que as reproduziram em suas novas construções.


E assim, vivendo em perfeita comunhão ecológica com o seu meio ambiente, alguns desses povos primevos conseguiram manter sua unidade biológica e sua tradição Iniciática, sobrevivendo aos imensos cataclismos naturais se processaram a partir do rompimento do Continente único, quando os diversos fragmentos continentais subseqüentes começaram a se afastar uns dos outros, tal como ainda hoje ocorre com magnitude infinitamente menor.

As tradições expressas nos livros sagrados de várias outras raças como o Papiro dos Mortos, os Vedas, a Epopéia de Gilgamesh, a Torah, os Eddas nos contam que a duras penas a Humanidade conseguiu sobreviver em vários desses novos continentes.

Também as lendas de nossos povos indígenas, os quais seriam modernamente conhecidos como Tupi-Guarani e que com mais certeza sobreviveram aos gigantescos cataclismos por terem ficado na parte mais antiga e estável do planeta, nos relatam sua luta pela sobrevivência em meio a tais cataclismos.

À época de sua "descoberta" pelos europeus, embora já distantes da primitiva pureza de suas tradições, os Tupi-Guarani ainda sabiam-se de uma origem tão antiga que denominavam a sua mítica terra de origem ancestral pelo nome de Pindorama, porque este nome referenciava-se à uma lenda tão antiga que envolvia a idéia de um Dilúvio Universal que havia alcançado a "Terra das Palmeiras", que é o que significa "Pindorama" .

Assim sendo, permanecendo na mítica Terra das Palmeiras de seus ancestrais e daí irradiando-se e vivendo por milênios em integração harmônica com a natureza, foram os povos Tupi-Guarani os que melhor retiveram a "centelha espiritual" da primeira raça humana.

Viajantes e estudiosos da época do descobrimento e colonização inicial do Brasil, como De Bry, Hans Staden e Padre Simão de Vasconcellos espantaram-se com a constatação da religiosidade dos antigos Tupi. Suas observações e estudos demonstram que a concepção religiosa, mística e teogônica destes povos era de uma grande elevação e estrutura moral que somente poderiam ser alcançadas por uma raça de antiquíssima maturação espiritual. Assim, muito antes das tradições religiosas Africanas Banto e Sudanêsa se encontrarem no Brasil, aqui já existia a tradição religiosa autóctone dos Povos Indígenas Tupi-Guarani, os primeiros habitantes desta terra que eles denominavam pelo nome ancestral "Pindorama".

Estes conhecimentos eram transmitidos pela tradição oral de seus Payés e chamava-se Tuyabaé-Cuaá, a "Sabedoria dos Doze Velhos Payés" a qual demonstra a sua ancestralidade com a saga do índio Tamandaré salvando-se, com sua família, de um Dilúvio no topo de uma gigantesca palmeira - a Pindó -, que flutuou sobre as águas que encobriam a "Terra das Palmeiras".

Um comentário: