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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ser umbandista é diferente de estar umbandista

As 7 lágrimas de Pai-Preto

Introdução




Nestas páginas, estão cravadas as impressões vividas e sentidas por mim, diretamente, de um humilde e leal amigo do astral - o Pai G....., a quem rendo minha eterna gratidão, como seu veículo mediúnico desde a Infância...

Desse "Preto-Velho", colhi esse lamento e essa lição, sobre a natureza das humanas criaturas que "giram" nos terreiros ou Tendas de Umbanda.

Isto foi há muitos anos... quando a experiência ainda não tinha encanecido minha alma nesse mister...

Naturalmente, ele, ao proporcionar-me esse "passeio-astral" e ao falar assim numa demonstração direta, quis que eu visse a coisa como ela era e é... pois eu tinha ilusões e bastante ingenuidade ainda...

Assim, quero dedicar essas suas sete lágrimas, a meus Irmãos de Umbanda, aparelhos, sinceros, para que, meditando nelas e vibrando na doce paz desses "pretos-velhos", possam haurir forças e compreensão e sobretudo a indispensável experiência, para que sejam, realmente, baluartes das verdades que eles tanto ensinam... quando têm oportunidade...

W.W. da Matta e Silva

AS SETE LÁGRIMAS... DE PAI-PRETO


Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir...

Era um quê desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto...

Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre "eu"? Não o soube, até adormecer.., e "sonhar"...

Vi meu "duplo" transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zamby; eram as vozes da SENHORA DA LUZ-VELADA, dessa UMBANDA DE TODOS NOS que chamavam seus filhos de fé...

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam... Mas, surpreso ficava, com aquela "visão" que em cada urna eu "via", invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-preto, chorava.

De seus "olhos" molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque, contei-as... foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e Interroguei-o: fala Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão visível dor?

E Ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas, distribuídas estão dentro dela...

A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber.

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um "milagre" que os façam "alcançar" aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de "casos" nascentes uns após outro...

E outras mais que distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um seu semelhante - eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem... pobres almas, que das brumas ainda não saíram.

Assim vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas - não crêem, nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer tona. Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram urna casa da Umbanda... Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seus semblantes, verás escrito em letras claras: creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zamby, mas somente se vencerem o "meu caso", ou me curarem "disso ou daquilo’...

A sexta lágrima eu a dei aos fúteis que andam de Tenda em Tenda ido acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam.

E a sétima, filho, notaste como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que "vive’ nos "olhos" de todos os Orixás; fiz doação dessa, aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são... Cego., guias de cegos", andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam a exteriorização de seus próprios ‘egos".

"Olhai-os" bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam "doutrinando"; suas vozes são ocas, dizem tudo de "cor e salteado", numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção.

Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI-PRETO! Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a dizer, Pai-Preto? E, daquela "forma velha", vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...

Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES"...

São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão... SÃO OS SEUS FILHOS DE FÉ.

São também os "aparelhos’, trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ, e cujos "salários" de cada noite... são pagos quase sempre com urna só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra - a INGRATIDÃO...

MESTRE YAPACANI

Qual é a sua Umbanda? Qual é a minha Umbanda? Qual é a melhor Umbanda?

Somos desde tenra idade muitas vezes levados a pensar, que obrigatoriamente devemos fazer distinções.
Isso se dá com a preferência de pai ao invés da mãe, dos avós maternos no lugar dos paternos, não necessariamente nessa ordem, de uma parte da família em detrimento de outra, de alguns amigos em vez de outros, enfim. Crescemos incentivados pela idéia de que sempre é necessária a separatividade.
Isso tem se mostrado falho nas relações humanas, tanto em nível pessoal, afetivo, familiar, profissional, social e religioso, aliás esse último motivo de várias “guerras santas”, em nome de um único Deus que somente é diferente pelo nome o qual é chamado.
Estranhamente o que quebra esse paradigma, muitas vezes são interesses escusos no campo da política, trabalho, partilhas familiares, relações internacionais e por ai vai...
A sublimidade do bem estar da coletividade, o benefício da maioria que deveria ser a força motriz, por vezes se torna ínfimo, pouco visto e vagamente lembrado.
Entretanto, está na hora de mudar esse padrão...
Quem já ouviu da boca de alguma entidade, reconhecidamente incorporada, dizer-se melhor ou superior a outra?
Cigano, baiano, boiadeiro, marinheiro, exu, pai velho, caboclo ou criança..não importa, são todos militantes do movimento umbandista da atualidade, independente do grau de comandantes ou executores estão preocupados no esclarecimento de seus filhos.
São eles os maiores exemplos e que a cada gira, muitas vezes no anonimato dão seu testemunho de humildade, lealdade e comprometimento com o todo.
O respeito pela diversidade e o entendimento de que somos diferentes apenas na maneira de buscar o sagrado, é a chave para dissolução dos muros e barreiras existentes entre todos os conceitos mentais criados pela nossa sociedade, como por exemplo padrões de pensamento, ação, conduta, dentre outras formas comportamentais.
Os véus da Umbanda cairão a partir do momento que transcendermos essa separatividade em todos seus níveis.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

De cima para baixo



A Umbanda é uma religião vertical, ou seja vem de cima para baixo, d'Arunda para os homens.
Dentro de seu bojo militam espiritos da mais alta estirpe, até instrutores encarregados de recolocarem a humanidade no caminho correto da evolução.
Ela ja ultrapassou de há muito as fronteiras brasileiras, podendo ser facilmente adaptada e assimilada em qualquer latitude geográfica, Umbanda é universal.
Interessante notar, que independente da forma ritual com que se apresente cada gira, elas parecem ter uma caracteristica em comum, a de que todas contêm alguma verdade oculta e, consequentemente não é percebido pelos sentidos comuns.
A compreensão destas singularidades, dependenderá do grau consciencial de cada filho de fé e entendidas de maneiras distintas.
A generalização de que um rito espelha o todo do movimento é um equívoco e não acrescentarão nada, senão visões distorcidas se forem tomados de forma literal.
Nossos mentores tem firmemente a intenção definida de acelerar a evolução daqueles que assim o desejam, mas para isso é necessário estarmos dispostos a ver os ensinamentos de forma vertical e não horizontal.
Somente na medida que formos capaz e que, estivermos dispostos a viver os ensinamentos da giras pequenas na gira grande, é que poderemos entendê-los profundamente.
Se não existir prática as ilações permanecerão ocultas, porém, qualquer esforço para vivenciarmos esses aconselhamentos nos trarão luz e entendimento.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Evoluir sim, mas sem queimar etapas e com muita responsabildade.


A ciência é unânime em afirmar que o universo está em constante evolução.
O homem como um mini universo, também não poderia deixar de seguir esse exemplo, tudo evolui, tudo se transforma!
Nesse sentido as religiões devem igualmente andarem, pois sabemos que se não acompanharem a mudança dos tempos, estarão fadadas a serem atropeladas pela onda da evolução.
Assim também acontece com a Umbanda, que antes era tida como religião de supersticiosos e ignorantes.
Nos dias de hoje, esse é um conceito torpe.
O que não podemos é cair no lugar-comum, de antropomorfizar o sagrado.
É importante evoluir sem dúvida alguma, mas com a responsabilidade de saber o que está se fazendo e mais, principalmente com aquilo que se apregoa publicamente, assumindo uma voz por milhões de seguidores de uma crença tão diversificada como a nossa, sem procuração para tal.
Certamente muitos estarão a favor dessa "nova fase" umbandista, mas será que todos concordam? Eis a questão!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Certificado


Este certificado foi uma grata surpresa para mim tê-lo recebido!
Fiquei muito lisongeado em ser a primeira pessoa agraciada e a receber tal distinção do Terreiro Luz no caminho.
Contudo, se tem alguém que deve se sentir-se agradecido esse alguém sou eu.
Nesses anos em que tive o privilégio de vivenciar e conviver com meu pai, manos de corrente e toda assistência, muito aprendi.
Ali foi um divisor de águas em minha senda e percebi que, por menor que seja nosso trabalho e mesmo que achemos nossa participação demasiadamente pequena, ela sempre irá repercutir no resultado final do grupo.
Obrigado a todos pela honrosa distinção!!!

domingo, 25 de julho de 2010

Umbanda é trabalho, trabalho e mais trabalho sempre

Longe vai-se o tempo onde se pensava que o terreiro era um balcão de negócio...
Longe vai-se o tempo onde se pensava que cada terreiro era uma célula autotrófica e auto-suficiente.
Longe também, vai-se o tempo onde se pensava que somente a comunidade tinha que ir ao terreiro, hoje essa é uma visão que ficou no passado.
O terreiro deve interagir com sua comunidade-terreiro em uma via de mão dupla, ou melhor... de forma circular.
Estamos fazendo nossa parte!!!



Terreiro de Umbanda Luz no Caminho




Uma luz no caminho de todos nós...
Resumidamente é assim que posso sintetizar o significado de nosso Terreiro.
Muitos ali vieram e partiram, outros chegaram resolveram seus "problemas" ou "não" e se foram, alguns ainda vão e vem conforme o vento lhes leva para lá e para cá, alguns se afinizaram com a vibratória e permanecem. É assim mesmo...e acredito que isso seja comum às choupanas, tendas, terreiros e templos de Umbanda.
Assim a Umbanda cumpre parte de sua missão, muitas vezes tendo como pagamento a ingratidão de descontentes por não terem resolvido "seus casos", de outros por não terem ouvido aquilo que gostariam de ter ouvido e de tantos que ainda não comprendem as orientações passadas pelas entidades. Eles acham que elas deveriam ser mais "específicas", mais diretas, mais palpáveis em seus aconselhamentos, ou seja, querem que a entidade pense, sinta e aja por eles...ledo engano...as entidades não resolvem nossos problemas, afinal não são deles..são nossos e portanto cabe a nós resolvermos.
As consultas são o norte a seguir, o caminho apontado pelos mais sábios e que ja percorreram esse mesmo caminho.
Por outro lado, ficamos muito felizes e extremamente realizados, cientes do dever cumprido quando alguém nos chama e diz.."estou muito contente, porque encontrei aqui algo que até agora não tinha encontrado" isso é gratificante, compensador e de valor incalculável!!!
Terreiro Luz no caminho, comprometido com o cultivo da simplicidade, pureza de intenções e a humildade assim como tantos outros nessa terra abençoada pelo cruzeiro divino.