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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Conub - Em defesa da Umbanda

Umbanda: Caminho de Cura Para as Doenças da Humanidade

Aranauan, Salve, Axé, Motumbá, Maná, Mucuiú, Saravá,




Nos terreiros, choupanas, centros ou templos, já nos acostumamos aos verdadeiros prodígios curativos para a alma e o corpo dos necessitados que os procuram e que somente nossos Pretos Velhos, Caboclos, Crianças, Exus, Marinheiros, Boiadeiros, Mestres e outros, com seus conselhos, suas mandingas, suas receitas de banho ou defumações, podem proporcionar, o que é muito natural em nosso meio.


Para quem nos vê de fora, contudo, a realidade é outra, justamente pela falta de vivência ou mesmo pelo preconceito que nos cerca, a requerer uma compreensão que extrapole a questão da Fé para inserir-se como uma realidade factível para todos, praticantes ou não de nossa Fé, constituindo uma lacuna que precisava ser preenchida.


Por isso chamamos a atenção de todos os confrades para a divulgação que a FTU (Faculdade de Teologia Umbandista) vem fazendo do vasto, profundo e revelador material acadêmico produzido pelos primeiros bacharéis em Teologia Umbandista formados em suas dependências, nos dando a oportunidade de compreender, além da Fé, como os fenômenos vivenciados em nossas casas se explicam sob a ótica da Ciência, uma verdadeira revolução que nossa Faculdade proporciona a todos nós pelo caráter científico que lhe caracteriza, sendo ela uma instituição de ensino superior reconhecida e credenciada pelo MEC.


Esse conhecimento vem sendo generosa e profusamente oferecido pela FTU a todos, umbandistas ou não, seja pela internet – através do Portal da FTU (www.ftu.edu.br) ou do blog “Espiritualidade e Ciência” (http://sacerdotemedico.blogspot.com/), – seja pelos cursos de extensão como os que correm atualmente alcançando diversas cidades do Brasil e até do exterior, além do próprio curso de bacharelado em Teologia Umbandista, o franqueamento de participação nos ritos públicos celebrados em suas dependências ou no Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-Brasileiras, um verdadeiro marco na preservação de tradições praticamente condenadas ao desaparecimento enquanto práticas religiosas para figurarem, quiçá, somente nos livros de história brasileiros.


Todo esse legado e essa profusão de espiritualidade, no entanto, nos deixa algo como que perplexos pelo paradoxo em nos deparamos com o fato de existirem irmãos praticando atos bárbaros e incompreensíveis à luz do bom senso, da razão e da lógica, como o episódio que, à exaustão, vem sendo explorado pela grande imprensa, fazendo-nos questionar que motivação poderia levar um ser humano que nasce em um ambiente hostil, consegue contrariar as estatísticas e alcançar uma posição social privilegiada, chegar a tal nível de barbárie?


O que gostaríamos de chamar atenção ao mencionar esse triste episódio, cuja exploração renderia vários textos e discussões, é considerar que vivemos um tempo de grandes contradições, a nos exigir atenção, reflexão e ação. A Umbanda e os cultos afro-ameríndio-brasileiros, pelo que vivenciamos em nossas tradições e a FTU vem demonstrando com fundamentos científicos, nos leva a afirmar que estamos na direção de conhecer um caminho para a cura de todos os males do corpo e da alma através da Umbanda, e através dela a cura social e portanto de toda a humanidade, uma conquista que todos os irmãos planetários, independente de crença, ideologia, classe social, sexo, raça ou nacionalidade, buscam alcançar desde a noite dos tempos.


Como já refletimos em outras oportunidades, nosso planeta está doente e a Umbanda possui a cura. Estamos antenados a todas as conquistas que dêem visibilidade a esse entendimento e tragam para a Umbanda dignidade e reconhecimento, como a FTU vem proporcionando silenciosamente há anos e tornando, dia a dia, cada vez mais visível a toda a humanidade.


Um profundo e fraterno Saravá a todos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ensino religioso em escolas públicas (ainda resta uma esperança)

O pedido para interpretação de normas conforme a Constituição consta de ação enviada ao Supremo Tribunal Federal
Ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4439) enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pede interpretação de normas para deixar claro que o ensino religioso em escolas públicas só pode ser de natureza não-confessional, com proibição de admissão de professores na qualidade de representantes das confissões religiosas. A peça foi elaborada pela vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, no final de julho, quando exercia o cargo de procuradora-geral.

Deborah Duprat pede para que seja dada interpretação conforme a Constituição da República do art. 33, caput, parágrafos 1º e 2º, da Lei 9.394/96, e do art. 11, parágrafo 1º, do “Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil”, aprovado pelo Congresso Nacional através do Decreto Legislativo 698/2009 e promulgado pelo presidente da República através do Decreto 7.107/2010.

De acordo com ela, a única forma de compatibilizar o caráter laico do Estado brasileiro com o ensino religioso nas escolas públicas é através da adoção do modelo não-confessional, em que o conteúdo programático da disciplina consiste na exposição das doutrinas, das práticas, da história e de dimensões sociais das diferentes religiões – bem como de posições não-religiosas, como o ateísmo e o agnosticismo – sem qualquer tomada de partido por parte dos educadores.

Ainda conforme explica, os educadores devem ser professores regulares da rede pública de ensino, e não pessoas vinculadas às igrejas ou confissões religiosas. Segundo defende, apenas tal modelo promove, em matéria de ensino religioso, um dos mais nobres objetivos constitucionais subjacentes ao direito à educação: formar cidadãos e pessoas autônomas, capazes de fazerem escolhas e tomarem decisões por si próprias em todos os campos da vida, inclusive no da religiosidade.

Segundo Deborah Duprat, não se admite que se transforme a escola pública em espaço de catequese e proselitismo religioso, católico ou de qualquer outra confissão. “A escola pública não é lugar para o ensino confessional e também para o interconfessional ou ecumênico, pois este, ainda que não voltado à promoção de uma confissão específica, tem por propósito inculcar nos alunos princípios e valores religiosos partilhados pela maioria, com prejuízo das visões ateístas, agnósticas, ou de religiões com menor poder na esfera sociopolítica”, diz.

Normas – Ela informa que o art. 33, caput e parágrafos 1º e 2º, da Lei 9.394 vem sendo interpretado e aplicado pelas autoridades públicas competentes como se fosse compatível tanto com o ensino religioso confessional quanto com o interconfessional. “Na prática, as escolas públicas brasileiras, com raras exceções, são hoje um espaço de doutrinamento religioso, onde, por vezes, os professores são representantes das igrejas, tudo financiado com recursos públicos”, afirma.

Duprat explica também que, com a incorporação à ordem jurídica do Acordo Brasil-Vaticano, a expressão “o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental” parece apontar, pelo menos numa primeira leitura, no sentido da adoção do ensino da religião católica e de outros credos nas escolas públicas brasileiras, em afronta ao princípio da laicidade do Estado.

Na ação, ela pondera que, caso não se dê interpretação conforme a Constituição, poderá a Corte, nesta hipótese, proferir decisão de declaração parcial de inconstitucionalidade com redução de texto, para suprimir da redação do art. 11, parágrafo 1º, do acordo, a expressão “católico e de outras confissões religiosas”, que é aquela que aponta, ao menos numa primeira leitura, para a adoção do modelo confessional de ensino religioso nas escolas públicas brasileiras.

A ação pede medida cautelar para suspender a eficácia dos dispositivos considerando que, até o julgamento final da ação, o oferecimento do ensino religioso em escolas públicas do ensino fundamental que não se paute pela não-confessionalidade pode acarretar graves e irreparáveis danos à ordem jurídica, além de ofensa a direitos e valores extrapatrimoniais das crianças e adolescentes que frequentam estas escolas, bem como de suas famílias, os quais, pela sua própria natureza, são de reparação impossível.

Dada ainda a complexidade da questão, a sua relevância social, bem como a natureza interdisciplinar do tema, a vice-procuradora-geral requer a realização de audiência pública no STF.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Violencia da PM contra Umbanda em Jaraguá do Sul - SC

A Tenda de Umbanda Caboclo Pajelança situada no município catarinense de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, foi invadida por policiais militares armados em 26 de junho de 2010. Além de mandarem paralizar a gira de pretos velhos, prenderam o ogan menor de idade e alguns frequentadores .  

Abaixo, reproduzimos a carta assinada pelos nossos irmáos Átila Nunes e Átila Nunes Neto ao governador Leonel Pavan, manifestando a ação flagrantemente inconstitucional.

Senhor Governador de Santa Catarina Leonel Pavan,
Vossa Excelência comanda um dos estados com maior índice de desenvolvimento humano: Santa Catarina, hoje um sonho para milhões de brasileiros que gostariam de aí residir.
Quando se fala em Santa Catarina, se pensa em civilidade.
O senhor é um político experiente. Foi vereador, prefeito por três vezes de Balneário Camboriu, deputado federal e senador da República. É um democrata experiente na Política e na Administração Pública.
Infelizmente, Senhor Governador, nos últimos dias, milhões de brasileiros que seguem a fé umbandista, sentem-se surpresos com a violência da Policia Militar de seu estado. Essa indignação podemos sentir principalmente na internet, onde são postadas mensagens de repúdio e da mais absoluta indignação.
O que aconteceu na noite de 26 de junho deste ano de 2010 na cidade de Jaraguá do Sul, nos faz lembrar o Rio de Janeiro dos anos 50, quando terreiros de Umbanda eram invadidos e seus dirigentes e médiuns presos pela polícia, hoje, algo impensável em terras fluminenses.
Naquela noite, por volta das 8 da noite, a Tenda de Umbanda Caboclo Pajelança, situada na Rua Adolfo Augusto Zie Mann, 342, Czerniewicz, Jaraguá do Sul, foi invadida por doze homens do 14º Batalhão da Polícia Militar, fortemente armados com pistolas, armas de choque, sprays de gás de pimenta e escopetas, sob o comando do sargento Adriano, que deu voz de prisão à diretora de culto Cristiane Tomaz de Oliveira
A sessão em homenagem aos pretos velhos foi interrompida sob a ameaça dos policiais, determinando às dezenas de pessoas presentes que se calassem e não se movimentassem, sob o risco de terem que usar armas de choque e gás, além de todos serem levados presos. Um ogan, menor de idade, foi conduzido algemado pra o distrito policial
Dona Cristiane, a diretora de culto, tem certeza de estar sendo vítima de perseguição religiosa, haja vista que os policiais militares ao chegarem ao distrito, mostraram um abaixo assinado de vizinhos para que o centro umbandista feche as portas e se mude do bairro.
A violência da polícia de Santa Catarina nesse episódio ultrapassou não apenas os limites legais, mas, sobretudo, o bom senso, beirando a barbárie.
Depoimentos dos presentes ao culto confirmam que a invasão – absolutamente inconstitucional flagrantemente ilegal – ocorreu em meio às ameaças dos policiais, fazendo com que senhoras e crianças entrassem pânico, chorando de medo. Ao questionar a razão da invasão, o ogan menor de idade recebeu ordem para calar-se, tendo seu atabaque danificado com violência por um dos PMs.
Por serem sobejamente conhecidos pelas autoridades, – inclusive Vossa Excelência – seria desnecessário invocar os preconceitos constitucionais que garantem aos brasileiros a “inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”
Desnecessário também, Senhor Governador, lembrar outro preceito constitucional que estabelece que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa.
Ou então, o que preceitua o Código Penal no artigo 208, que trata de ultraje a culto, seu impedimento ou sua perturbação, considerando crime contra o sentimento religioso “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”
Saliente-se ainda, o artigo 140 do Código Penal: se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem, a pena é de reclusão de um a três anos e multa.
Finalmente, poderia ser destacada a Lei de Abuso de Autoridade (Lei Nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965) que regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade. O artigo terceiro estabelece como abuso de autoridade qualquer atentado à liberdade de consciência e de crença, ao livre exercício do culto religioso e ao direito de reunião.
É sabido por todos, Senhor Governador, que a Lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resultantes de preconceito. O artigo primeiro diz que “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97). O artigo 20 é claro, ao proibir praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada  pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Não podemos acreditar, Governador, que o senhor deixe passar em branco, sem uma atitude enérgica, severa, um episódio dessa natureza.
Essa violência jurássica da Polícia Militar, ao arrepio das leis e da Constituição, não condiz com Santa Catarina. Não condiz com a natureza boa, generosa e fraterna do povo catarinense.
Nesse ínterim, enquanto durar as averiguações dentro da Polícia Militar que pediu o prazo inacreditável de 40 dias para chegar a uma conclusão, apesar das dezenas de testemunhas do vilipêndio religioso e do abuso de autoridade, nos mobilizaremos nacionalmente para chamar atenção para a Polícia Militar de Santa Catarina que reproduz práticas coercitivas do início do século passado.
Senhor Governador, reiteramos nossa confiança no seu senso de justiça e de absoluta obediência ao Estado de Direito em vigor no Brasil, e consequentemente, no Estado de Santa Catarina.
ÁTILA NUNES e ÁTILA NUNES NETO
atilanunes@emdefesadaumbanda.com.br
  Sr. Governador do Estado de Santa Catarina
 Entrevista do Sr. Marcos Caneta, professor e policial civil, responsável pelo Movimento Negro de Santa Catarina, a Radio Brasil Novo no dia 01-08-2010 às 11h11min25seg.

sábado, 7 de agosto de 2010

A Umbanda é de todos, nem todos são da Umbanda!

Um dia hão de chegar, altivos e de peito imponente, pessoas a dizer-lhe:
Sou umbandista, tenho fé em Oxalá, tenho mediunidade...com altivez e força tal que chegarão a impressionar.
Mas quando olhar bem o seu semblante, você o verá opaco, sem brilho e sem o calor de um verdadeiro entusiasta e batalhador em prol da mediunidade umbandista.
A Umbanda é uma corrente para todos, mas nem todos se dedicam a ela como deveriam.
O verdadeiro umbandista sente, vive, respira, se alimenta espiritualmente nela, não com fanatismo, mas sim com dedicação aflorada no fundo d'alma.
Ser umbandista é difícil por ser muito fácil; é só ser simples, honesto e verdadeiro.
Não batam no peito e digam ser umbandistas de verdade, mas procurem demonstrar com trabalho, luta dedicação e, principalmente emoção, de estar trabalhando nessa corrente.
Eu lhe garanto que a recompensa será só sua.

Falange protetora



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pindorama

O Popol Vuh, Livro Sagrado da Nação Maia da América Central, assim relata o momento da Criação do Mundo :-"0 aspecto da Terra ainda não havia sido revelado, havia apenas o Mar Doce e o espaço aberto do Céu. Assim falaram as Divindades: –"Retirai-vos Águas e dai lugar para que a Terra aflore e se consolide". "TERRA", disseram, e no mesmo instante esta foi criada".


Diz ainda o Popol Vuh : –"De barro, fizeram a carne dos Homens"–, significando, então que a Primeira Raça Humana era de cor vermelha acobreada, da cor do barro com que foi criada, símbolo da interação da Terra e da Água, vivificada pelo Fogo do Espírito insuflado pelo Ar do Hálito Divino.

E nesta imensa terra aflorada que a ciência atual denomina Pangéia – Continente Uno – o primeiro ponto seguro sobre a crosta terrestre foi, justamente, o que hoje denominamos de Planalto de Goiás, no Estado de Goiás, no Brasil Central.

Com o passar dos milênios, a primeira raça humana desceu deste planalto central original, multiplicando-se e ocupando as terras firmes do imenso continente único ainda existente, deixando como lembranças de sua passagem, em toda a Terra, imensas construções megalíticas ainda hoje inexplicadas e que, por terem sido elevadas ou rebaixadas pelo nascimento das cadeias montanhosas, hoje são atribuídas à raças muito posteriores que delas fizeram uso como refúgios seguros, observatórios celestes, templos a seus ancestrais, fortalezas ou que as reproduziram em suas novas construções.


E assim, vivendo em perfeita comunhão ecológica com o seu meio ambiente, alguns desses povos primevos conseguiram manter sua unidade biológica e sua tradição Iniciática, sobrevivendo aos imensos cataclismos naturais se processaram a partir do rompimento do Continente único, quando os diversos fragmentos continentais subseqüentes começaram a se afastar uns dos outros, tal como ainda hoje ocorre com magnitude infinitamente menor.

As tradições expressas nos livros sagrados de várias outras raças como o Papiro dos Mortos, os Vedas, a Epopéia de Gilgamesh, a Torah, os Eddas nos contam que a duras penas a Humanidade conseguiu sobreviver em vários desses novos continentes.

Também as lendas de nossos povos indígenas, os quais seriam modernamente conhecidos como Tupi-Guarani e que com mais certeza sobreviveram aos gigantescos cataclismos por terem ficado na parte mais antiga e estável do planeta, nos relatam sua luta pela sobrevivência em meio a tais cataclismos.

À época de sua "descoberta" pelos europeus, embora já distantes da primitiva pureza de suas tradições, os Tupi-Guarani ainda sabiam-se de uma origem tão antiga que denominavam a sua mítica terra de origem ancestral pelo nome de Pindorama, porque este nome referenciava-se à uma lenda tão antiga que envolvia a idéia de um Dilúvio Universal que havia alcançado a "Terra das Palmeiras", que é o que significa "Pindorama" .

Assim sendo, permanecendo na mítica Terra das Palmeiras de seus ancestrais e daí irradiando-se e vivendo por milênios em integração harmônica com a natureza, foram os povos Tupi-Guarani os que melhor retiveram a "centelha espiritual" da primeira raça humana.

Viajantes e estudiosos da época do descobrimento e colonização inicial do Brasil, como De Bry, Hans Staden e Padre Simão de Vasconcellos espantaram-se com a constatação da religiosidade dos antigos Tupi. Suas observações e estudos demonstram que a concepção religiosa, mística e teogônica destes povos era de uma grande elevação e estrutura moral que somente poderiam ser alcançadas por uma raça de antiquíssima maturação espiritual. Assim, muito antes das tradições religiosas Africanas Banto e Sudanêsa se encontrarem no Brasil, aqui já existia a tradição religiosa autóctone dos Povos Indígenas Tupi-Guarani, os primeiros habitantes desta terra que eles denominavam pelo nome ancestral "Pindorama".

Estes conhecimentos eram transmitidos pela tradição oral de seus Payés e chamava-se Tuyabaé-Cuaá, a "Sabedoria dos Doze Velhos Payés" a qual demonstra a sua ancestralidade com a saga do índio Tamandaré salvando-se, com sua família, de um Dilúvio no topo de uma gigantesca palmeira - a Pindó -, que flutuou sobre as águas que encobriam a "Terra das Palmeiras".

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Exu guardião


OS EXUS GUARDIÕES



Das entidades de umbanda Exu é que mais polêmica e discussão geram entre curiosos e até mesmo integrantes dos Cultos de Umbanda.


Para começar diremos que EXU NÃO É:


Uma entidade trevosa que realiza desejos escusos. Exu não tem nada a ver com as imagens comercializadas. Não é vingativo, violento e cruel. Não usa capa vermelha ou preta. Não tem "pé" de bode. Não é todo vermelho. Não tem rabo e nem chifres. Não come galinha ou carnes cruas. Nem bebem até deixar seus "cavalos" sem condições de andar.

Não negamos que existem entidades que se apresentam ou sejam até mais horrendas do que as imagens de mau gosto encontrado nas casas de artigos religioso, mas estas entidades com toda certeza não são Exus.



Exu, na realidade é guardião da Luz para as Sombras, e das Sombras para as Trevas, e é ele que COMBATE às entidades que possuem as formas mais horrendas e esquisitas. Estes seres ainda encravados no mal são os chamados KIUMBAS e são violentos, vingativos e cruéis.


Tais criaturas são atraídas de suas covas no SUBMUNDO ASTRAL pelas nossas próprias atitudes e sentimentos inferiores, sendo que os EXUS SÃO COMO GUERREIROS, que impedem o acesso destes seres às zonas mais superiores, e estes Kiumbas, quando podem, mistificam os Exus, ou mesmo Caboclos, Pais-Velhos, e Crianças.


E como reconhecer um Exu de fato e de direito? Simples:


O verdadeiro guardião não deixa seu médium torto, com expressão de ódio no rosto, não fica com os dedos em forma de garras, e não se arrasta no chão. Exu de Umbanda não fala palavrões de deixar cabelo em pé, não é "doidinho" por marafo (pinga) e sangue e não aceita entregas em encruzilhadas de rua ou cemitérios. Quem aceita estas coisas nestes locais, são os já citados Kiumbas, que são os que gostam de galo e galinha pretos na encruza.


Portanto CUIDADO irmão de fé, não ofereça sangue ou animais nas ruas, pois poderá levar estas entidades para suas casas, o que lhe trará os maiores dissabores e problemas.


Os preceitos para Exu são entregues nas encruzilhadas das matas e campina, e sempre com elemento sutis. Exu de Umbanda não pode ser comprado com bagatelas e Exu nenhum de verdade aceita realizar trabalhos para matar ou prejudicar alguém.



Como sabemos Exu é justo, ou seja, está ligado aos conceitos do "Quem deve paga, e quem merece recebe". Por isso não existe aquela história de fazer amizade com Exu, para conseguir isto ou aquilo. Com isso, não queremos dizer que Exu é uma entidade boazinha, mas pensem um pouco, que lógica tem baixar em um terreiro Caboclo, Pai-Velho, Criança para fazer a caridade, e no mesmo terreiro baixar Exu para praticar o mal.


Exu é de serventia de Caboclo, Pai-Velho e Criança, sim, mas única e exclusivamente para que seja cumprida a JUSTIÇA KÁRMICA, POIS EXU NÃO É BOM NEM MAL, É APENAS JUSTO.


Por isso devemos tomar cuidado com o que pedimos para Exu, pois quem não sabe o que pede, não sabe o que quer, e o que irá receber, e muito menos o que MERECE receber. Exu só trabalha com o consentimento de entidades superiores e única e exclusivamente dá alguma coisa a alguém se o merecimento deste alguém estiver de acordo com a Justiça Kármica.


Exu não costuma ficar "jogando conversa fora", ele vai direto ao assunto, orientando e conduzindo aquilo que tem que ser feito, pois não é só esta a função de Exu.


EXU É TAMBÉM O AGENTE DA MAGIA, é ele quem executa os processos mais sutis da MAGIA DA UMBANDA. Só por isso já podemos deduzir que, para executar a magia e a justiça kármica, não poderiam ser entidades irresponsáveis e muito menos entidades inferiores.


Exu também não pede que seus médiuns se vistam de "galãs" de ternos, ou de preto e vermelho, e não realiza sessões "fechadas", onde até o sexo é praticado em nome de Exu, como sabemos que acontece em muitos terreiros ditos de "Umbanda".


Outra distorção que existe é a respeito do Exu Sra Pomba-Gira. Este é um Exu feminino e muitos a colocam com se fosse prostituta, uma mulher da vida. A Sra. POMBA GIRA É UMA EXU GUARDIÃO DOS MAIS SÉRIOS em de promover a bagunça à orgia, como muitos desejam, ela combate todas as perturbações relacionadas com o lado sexual, combatendo os Magos Negros e seus Kiumbas.



Assim como na Umbanda existem sete Orixás Menores Chefes de legião, na Kimbanda (que muitos confundem com Magia Negra e praticas da Kiumbanda) existem sete Exus Guardiões da Luz para as sombras que são:

Paralela ativa = UMBANDA     Paralela passiva: KIMBANDA

ORIXÁS        EXUS GUARDIÕES

ORIXALÁ     EXU Sr. 7 ENCRUZILHADAS
OGUM         EXU Sr. TRANCA-RUAS
OXOSSI       EXU Sr. MARABÔ
XANGO        EXU Sr. GIRA-MUNDO
YORIMÁ       EXU Sr. PINGA-FOGO
YORY          EXU Sr. TIRIRI
YEMANJÁ     EXU Sra. POMBA -GIRA

Exu Sr. Sete Encruzilhadas
Minerais   Quartzo branco
Metais      Ouro
Bebidas    Sidra seca e marafo  
Ervas       Guiné

Exu Sr. Tranca Ruas
Minerais  Pedra ferro 
Metais   Ferro
Bebidas  Vinho branco seco e marafo
Ervas   Espada

Exu Sr. Marabô
Minerais  Pedra da mata redonda ou quartzo azul
Metais   Cobre
Bebidas   Vinho branco suave e marafo
Ervas   Mamona

Exu Sr. Gira- Mundo
Minerais   Pedra da cachoeira triangular ou quartzo verde
Metais   Estanho
Bebidas   Vinho frisante e marafo
Ervas   Mangueira

Exu Sr. Pinga Fogo
Minerais   Ônix preto ou hematita
Metais   Chumbo
Bebidas   Vinho tinto seco e marafo
Ervas   Bananeira

Exu Sr. Tiriri
Minerais   Mercúrio
Metais   Rodonita
Bebidas   Licores doces e marafo
Ervas   Pitanga

Exu Sra. Pomba Gira
Minerais   Conchas e caracóis 
Metais   Prata  
Bebidas   Sidra doce e marafo
Ervas   Brinco de princesa

 

domingo, 1 de agosto de 2010

Faculdade de Teologia Umbandista

Todos desejamos a Paz no Mundo, a resolução dos conflitos que nos causam tensões, sejam elas as guerras entre os povos ou a batalha cotidiana que cada um de nós enfrenta para conquistar, em primeiro plano, a sobrevivência e, quando muito afortunados, uma boa qualidade de vida.

Apesar da vontade global de conquista de uma estrutura social diferente, a impressão que temos é a de que tendemos à manutenção das desigualdades ou até ao agravamento das mesmas.
Duas causas podem ser apontadas para a persistência da fome, da doença, da guerra e da morte devastando nossa família planetária:

1) A insistência em manter uma sociedade baseada em competição e em valores político - econômicos que sobrepujam os valores humanos (individuais ou sociais). Assim, as soluções de progresso e globalização são sempre reféns da necessidade do lucro e, invariavelmente, ineficazes para a maioria da população na periferia, à margem dos processos de decisão e cultura.
2) Os setores empenhados na busca da Paz, sejam ligados à filosofia, à ciência, à religião ou à arte pensam e atuam de maneira isolada, tomando caminhos divergentes, aumentando as tensões sociais.

Neste contexto funda-se a Faculdade de Teologia Umbandista como alternativa para a mudança do estado atual. Esta iniciativa pretende representar uma mudança de paradigmas, provocando um abalo positivo e pacífico nesta estrutura estática com uma transformação qualitativa dos valores contemporâneos. Explicaremos agora como a Faculdade de Teologia Umbandista se credencia para colaborar com a realização de uma sociedade mais justa.
A Umbanda é habitualmente tida como cultura de periferia, até mesmo marginalizada e estigmatizada como idolatria pagã. Na verdade, a Umbanda oscila entre periferia e centro, focalizando suas ações onde é mais necessária.
A Umbanda procede dessa forma porque entende que não há, em essência, qualquer diferença entre os que se encontram na base da pirâmide social e os que se posicionam, por força político – econômica, no topo.
Além disso, a Umbanda prima pela universalidade de seus princípios e fundamentos filosóficos e doutrinários, podendo, de maneira singular, receber a todos os irmãos planetários oriundos de quaisquer setores filorreligiosos ou estados sócio – econômicos, culturais ou étnicos.
A fundação da Faculdade de Teologia Umbandista representa um avanço para a Umbanda porque, no momento em que se dirige da periferia ao centro, arrasta consigo tudo o que existe na periferia, não apenas umbandistas mas a sociedade como um todo.
Outra questão fundamental é que a Faculdade de Teologia Umbandista preconiza a unidade e a universalidade de todas as coisas, promovendo a convergência que se consubstancia na Paz Mundial. Na prática, significa respeitar todos os setores filorreligiosos como corretos em seus pontos de vista, gerando uma convivência pacífica entre todas as religiões. A seguir, propõe a convergência mostrando que o Sagrado está além dos pontos de vista e que podemos todos, gradualmente, transitar das formas particulares de entendimento para habitar na essência de todas as religiões que é o Sagrado, a Realidade – Una.
Convidamos a todos os irmãos planetários a conhecerem a sede da Faculdade de Teologia Umbandista, suas propostas e programa curricular.
Pedimos também a permissão para iniciarmos nosso relacionamento com uma pergunta, fundamental para a Paz no Mundo:
- Qual a posição que o Sagrado ocupa na sua vida: central ou periférica ?