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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Faculdade de Teologia Umbandista no Jornal Futura

Segue reportagem sobre a FTU - Faculdade de Teologia Umbandista, exibida no jornal Futura em 05.04.2011.
Salve a Umbanda!!!

domingo, 3 de abril de 2011

Religião e espiritualidade


O físico Guido Nunes Lopes, da Universidade de Roraima, nos manda um recado importante sobre as diferenças entre religião e espiritualidade. Elas não são uma única e mesma coisa, isso é certo.



A religião não é apenas uma, são centenas.

A espiritualidade é apenas uma.

A religião é para os que dormem.

A espiritualidade é para os que estão despertos.



A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.

A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.

A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.

A espiritualidade lhe dá Paz Interior.

A religião fala de pecado e de culpa.

A espiritualidade lhe diz: “aprende com o erro”.



A religião reprime tudo, te faz falso.

A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!

A religião não é Deus.

A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.



A religião inventa.

A espiritualidade descobre.

A religião não indaga nem questiona.

A espiritualidade questiona tudo.



A religião é humana, é uma organização com regras.

A espiritualidade é Divina, sem regras.

A religião é causa de divisões.

A espiritualidade é causa de União.



A religião lhe busca para que acredite.

A espiritualidade você tem que buscá-la.

A religião segue os preceitos de um livro sagrado.

A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.



A religião se alimenta do medo.

A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.

A religião faz viver no pensamento.

A espiritualidade faz Viver na Consciência.



A religião se ocupa com fazer.

A espiritualidade se ocupa com Ser.

A religião alimenta o ego.

A espiritualide nos faz Transcender.



A religião nos faz renunciar ao mundo.

A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.

A religião é adoração.

A espiritualidade é Meditação.



A religião sonha com a glória e com o paraíso.

A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.

A religião vive no passado e no futuro.

A espiritualidade vive no presente.



A religião enclausura nossa memória.

A espiritualidade liberta nossa Consciência.

A religião crê na vida eterna.

A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.



A religião promete para depois da morte.

A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.



Guido Nunes Lopes

Físico / Physicist

Doutor em Energia Nuclear na Agricultura / Ph.D. in Nuclear Energy in Agriculture

ARC – Academia Roraimense de Ciências / Science Academy of Roraima (Brazil)

UFRR – Universidade Federal de Roraima / Federal University of Roraima (Brazil)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Juliana Paes e Umbanda no programa Esquenta de Regina Casé

Temos visto por ai grande parte da comunidade, apesar de se "consultar" com caboclo, baiano, cigano e outros ancestrais ilustres das religiões afro-brasileiras, nem sempre(diga-se de passagem quase ninguem) assume sua verdadeira posição quanto à sua religiosidade.
Muitos optam na hora de se "confessar", por um padre de sua confiança. Porém, há assuntos que somente se pode tratar ao pé do ouvido de um bom e gentil "preto-véio".
Mas além dos "meros mortais", também uma parcela de famosos e celebridades, engrossam as fileiras de consulentes das religiões afro-brasileiras.
Segue vídeo em que a atriz global Juliana Paes, no programa da Regina Casé - Esquenta - assume, ainda que meio deslocada e sem graça suas origens.
Gente, vamos assumir nossa posição..não somos nem menos e nem mais que nenhuma outra religião!!!

sábado, 26 de março de 2011

Pistas para uma nova visão ecológica-espiritual

Hoje há duas visões acerca do planeta terra que se confrontam, cada qual com consequências muito diferentes.
A primeira moderna, dominante nos últimos 400 anos, vê a terra como uma espécie de arca cheia de riquezas que o ser humano pode tomar para si, para seu uso e bem-estar. A terra é algo material, exterior e entregue à nós para fazermos dela o que bem entendermos, pois sentimo-nos acima dela e senhores, reis e rainhas do universo.

A segunda visão, mais ancestral e ainda presente nos povos originários como os indígenas, vê a terra como algo vivo que produz todas as formas de vida, a grande Mãe e Pachamama, como a chamam os povos andinos. Nós somos parte dela e sentimo-nos, juntos com todos os demais seres, também gerados por ela. Não estamos acima dela como quem a domina, mas no meio dela, como quem convive.

A primeira visão é a da sociedade industrial moderna, surgida junta com o projeto da tecnociência a partir do séc XVI. Não considera a terra como um todo, mas como um conjunto atomizado de recursos como águas,  florestas, minerais, animais e os próprios ecossistemas. Eles estão ai um ao lado do outro, sem nenhuma relação entre eles. A relação para com a terra é de exploração, usando a violência porque escava solos, derruba montanhas, fecha rios, abate florestas e mata animais e aves. Utiliza agentes químicos como pesticidas e agrotóxicos que envenenam os solos e exterminam os micro-organismos vivos que, sozinhos, perfazem 95% do reino da vida. Apenas 5% da vida é vísivel.

Tomada como uma realidade sem espírito, os seres humanos modernos ocuparam e devastaram praticamente todas as regiões da terra. O propósito era acumular riqueza de forma ilimitada, explorando todos os recursos possíveis, no tempo o mais rápido que se puder e com um investimento menor possivel.

Esse projeto civizilatório trouxe incontáveis benefícios. Fez-nos chegar à lua e voltar de lá. Inventou o antibiótico e assim salvou milhões de vidas. Mas ao mesmo tempo inventou uma máquina de morte com armas de destruição em massa, capazes de destruir por 25 formas diferentes toda a espécie humana.

Essa compreensão e trato da terra foi e continua sendo própria, do processo industrial que se expressa hoje pelo capitalismo, difundido em todos os paises do mundo. Eles tem em comum o fato de usarem somente a razão fria e utilitarista para analisar os recursos naturais e tirar deles o máximo proveito. As demais dimensões da vida humana como a sensibilidade, a compaixão, a capacidade de admiração(quanto custa um pôr de sol?) e de veneração foram, em grande parte, recalcadas ou até difamadas. É uma ciência sem coração.

No momento atual, este tipo de dominação da terra entrou em crise. Os seres humanos sugaram demais os seus recursos e serviços. Desde 23 de setembro de 2008 sabemos que a humanidade consome 30% a mais do que a terra pode produzir. Quer dizer, precisamos, para atender as demandas humanas, especialmente dos grandes consumistas e dos simples mortais, de uma terra inteira e mais 30% de terra que não existe. Já foram feitos cálculos que, se os paises ricos quisessem universalizar seu bem-estar para toda humanidade, precisaríamos pelo menos de três terras iguais a essa, o que é manifestamente absurdo.

Em outra palavras, a terra como um todo não é mais sustentável. Ou mudamos nosso padrão de consumo ou vamos ao encontro de uma grande tragédia. Esta crise de sustentabilidade do planeta é muito mais grave que a crise econômica-financeira que explodiu em meados de setembro de 2008 e que tanto desemprego e falências provocou.

Essa abusiva devastação da terra produziu o aquecimento global. Não vamos ao encontro dele; já estamos dentro dele. A terra vai ficar mais quente, entre 1,4 a 6 graus celsius. Possivelmente se estabilizará  em torno de dois graus. Esses dois graus de aquecimento vão produzir grandes transformações na natureza, dizimar a biodiversidade, provocar o degelo das calotas polares e fazer crescer exponencialmente a desertificação dos solos, além das mudanças climáticas que se manifestam por tufões, grandes secas de um lado e inundações de outro.

Os chefes de Estado, os líderes dos povos, todos, enfim, devem parar e dicidir juntos que tipo de tratamento devemos das à terra, se quisermos continuar a viver sobre ela.

É neste momento que a segunda visão,  dos povos originários, é invocada e serve de grande inspiração. Os Yanomamis, os Tupis guaranis, os Mapuches, os Qéchuas, os Maias e os Astecas e outros povos indígenas de outras partes do mundo(eles são, segundo a ONU, cerca de 300 milões no mundo inteiro) devem ser ouvidos. Eles desenvolveram uma relação para com a terra de profunda colaboração, respeito e veneração. Ela é a mãe do indio, como muitos deles dizem. Sentem-se unidos à energia das águas, das montanhas, das florestas, do fogo, dos ventos, do sol, da lua e das estrelas. Todos são interdependentes e conectados entre si. São membros deste grande todo vivo e orgânico que é a terra.

Esta visão ancestral combina com o que há de mais moderno no campo da biologia e da cosmologia. Cientistas importantes , cito apenas um deles, James Lovelock, comprovaram que os indígenas tem razão. A terra é de fato um superorganismo vivo. Ela articula o físico, o químico e o biológico de forma tão entrelaçada que compoe um todo organico, bom e até excelente para manter e reproduzir a vida. Não existe apenas vida sobre a terra. A terra mesma é viva. Foi chamada de Gaia, nome que os gregos davam à terra vivente. Ela possui um vitalidade espantosa.

Por exemplo, cada colher de chão contém na média entre 40 a 50 bilhões de micro-organismos, bactérias, fungos e protozoários. Eles estão presentes, aos bilhões e bilhões, dentro do nosso corpo. São eles que garantem a vitalidade dos solos e fazem que do mesmo chão possa nascer flores, plantas, das mais variadas espécies, árvores frutíferas e gramíneas. São eles que equilibram nosso corpo de tal forma que mantém sua saúde e vitalidade.

Assim se comprovou também que há milhões e milhões de anos, apesar das poluições vulcânicas e outras, a terra sempre mantêm 21% de oxigênio. Se subisse para 28% ninguém poderia acender um fósforo porque incendiaria o oxigênio do ar. Se descesse para 13%, todos desmaiaríamos por falta de ar. De forma semelhante o nível de sal dos oceanos é sempre, desde bilhões de anos 3,4%. Se subisse para 6% seria como um mar morto, sem vida. Se descesse a 2% haveria um transtorno nos climas que são regulados pelo movimentos dos oceanos.

E assim todos os elementos da escala periódica de Mendeleiev que aprendemos da escola, como o ferro, o enxofre, o magnésio e outros. Tudo é tão dosado que, efetivamente, a terra está viva.

Homem vem de humus, que significa terra boa. Adão vem de Adamah, que em hebraico significa terra fecunda. Quer dizer, nós viemos da terra, mais ainda, somos a própria terra que em um momento avançado de sua evolução começou a sentir, pensar, amar e venerar. Esse momento no qual surgiu o ser humano.

Nunca devemos nos esquecer esta verdade: nós somos a terra. Temos o mesmo destino que a terra. Mas recebemos de Deus uma missão: de cuidar e guardar o jardim do éden, a terra. É a nossa dimensão ética que só nós possuimos.
Cuidar significa um gesto amoroso para com a terra. É a mão estendida para a carícia essencial, a fim de protegê-la e defendê-la. Guardar é o que hoje significa garantir sua sustentabilidade, quer dizer, fazer que nos ofereça tudo o que precisamos para viver, preservando seu capital natural para as presentes e futuras gerações, além de atender também a toda a comunidade da vida. A terra não gerou apenas a nós, seres humanos, mas a todos os demais seres vivos que são, verdadeiramente, irmãos e irmãs nossos.

Hoje precisamos voltar essa visão da terra como a grande Mãe e Gaia. Só ela é verdadeira. Só ela pode oferecer as condições para um novo padrão de produção e de consumo que nos faça sair da atual crise. Só ela nos poderá garantir um futuro comum de vida e de esperança.

Para chegar a essa visão precisamos, resgatar a dimensão do coração , o valor da razão sensível, da inteligência espiritual; enfim, do afeto e do amor. Só quem ama a terra descobrirá que ela é nossa mão generosa. Só na razão cordial e espiritual estão os valores, o mundo que nos enche de sentido e alegria de viver. É pela sensibilidade que nos sentimos unidos à terra, percebemos sua beleza, escutamos as  mensagens que as paisagens nos transmitem e a profunda veneração que um céu estrelado nos suscita.
Leonardo Boff

quarta-feira, 23 de março de 2011

Carta de um "selvagem" à um "civilizado"


Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz já mais de cento e cinquenta anos. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. 

A carta:

"Como podeis comprar ou vender o céu, a tepidez do chão? A idéia não tem sentido para nós.

    Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qualquer praia, a neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado na memória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho.

        Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu nascimento, quando vão pervagar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, os gamos, os cavalos a majestosa águia, todos nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, a energia vital do pônei e do homem, tudo pertence a uma só família.

    Assim, quando o grande chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossas terras, ele está pedindo muito de nós. O grande Chefe manda dizer que nos reservará um sítio onde possamos viver confortavelmente por nós mesmos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Se é assim, vamos considerar a sua proposta sobre a compra de nossa terra. Mas tal compra não será fácil, já que esta terra é sagrada para nós.


    A límpida água que percorre os regatos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de lembrar a nossos filhos que ela é sagrada, e que qualquer reflexo espectral sobre a superfície dos lagos evoca eventos e fases da vida do meu povo. O marulhar das águas é a voz dos nossos ancestrais.

    Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede. Levam as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar e ensinar a nossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão.

    Nós mesmos sabemos que o homem branco não entende nosso modo de ser. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, depois que a submete a si, que a conquista, ele vai embora, à procura de outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de seus pais e não se importa. A cova de seus pais é a herança de seus filhos, ele os esquece. Trata a sua mãe, a terra, e seus irmãos, o céu como coisas a serrem comprados ou roubados, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos. Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer aos olhos do homem vermelho.

    Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal, nada possa compreender.

Nas cidades do homem branco não há um só lugar onde haja silêncio, paz. Um só lugar onde ouvir o farfalhar das folhas na primavera, o zunir das asas de um inseto. Talvez seja porque sou um selvagem e não possa compreender.

    O barulho serve apenas para insultar os ouvidos. E que vida é essa onde o homem não pode ouvir o pio solitário da coruja ou o coaxar das rãs à margem dos charcos à noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento esfrolando a superfície das águas do lago, ou a fragrância da brisa, purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume dos pinhos.

    O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam. Os animais, as árvores, o homem, todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece não se importar com o ar que respira. Como um cadáver em decomposição, ele é insensível ao mau cheiro. Mas se vos vendermos nossa terra, deveis vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar insufla seu espírito em todas as coisas que dele vivem. O ar que vossos avós inspiraram ao primeiro vagido foi o mesmo que lhes recebeu o último suspiro.

    Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques.

    Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la, farei uma condição: O homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

    Sou um selvagem e não compreendo de outro modo. Tenho visto milhares de búfalos a apodrecerem nas pradarias, deixados pelo homem branco que neles atira de um trem em movimento.

    Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante que o búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos.

    Que será dos homens sem os animais? Se todos os animais desaparecem, o homem morreria de solidão espiritual. Porque tudo isso pode cada vez mais afetar os homens. Tudo está encaminhado.

    Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza a as cinzas de nossos ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: Que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo. De uma coisa nós temos certeza: A terra não pertence ao homem branco; O homem branco é que pertence à terra. Disso nós temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado. O que fere a terra fere também aos filhos da terra.

    O homem não tece a teia da vida: É antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.

    Mesmo o homem branco, a quem Deus acompanha e com quem conversa como um amigo, não pode fugir a esse destino comum. Talvez, apesar de tudo, sejamos todos irmãos.

    Nós o veremos. De uma coisa sabemos, é que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: Nosso Deus é o mesmo deus.

    Podeis pensar hoje que somente vós o possuis, como desejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco, quanto para o homem vermelho.

    Esta terra é querida dele, e ofender a terra é insultar o seu criador. Os brancos também passarão talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminai a vossa cama, e vos sufocareis numa noite no meio de vossos próprios excrementos.

    Mas no nosso parecer, brilhareis alto, iluminado pela força do Deus que vos trouxe a esta terra e por algum favor especial vos outorgou domínio sobre ela e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos como será no dia em que o último búfalo for dizimado, os cavalos selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios falantes.

    Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. O fim do viver e o início do sobreviver." 

Carta do Cacique Seattle

domingo, 13 de março de 2011

Pensando Teologia com Aristóteles


Quando pensamos Teologia, normalmente o que nos vem a mente são coisas de "ordem eclesiásticas"...
Porém, Aristóteles, filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre o grande, nos faz refletir que esta palavra é muito mais velha que a própria igreja.
Dentro de sua metafisica, Aristóteles prova por meio de raciocínio lógico que a ontologia, ou seja, a parte da filosofia que trata da natureza do ser, é essencialmente teologia e, diz que há uma absoluta superioridade da metafisica entendida com teologia em relação as outras ciências. Aristóteles chama de teologia à mais alta das ciências, a ciência daquela espécie de ser que reúne em si a existência substancial, auto-suficiente, com a isenção de toda mudança:
"- Mas, se algo existe de eterno, imóvel e separável, é evidente que compete a uma ciência conhecê-lo - não porém à física, nem à matemática, mas a uma ciência anterior a ambas...a ciência primeira estuda seres que, além de ser imóveis, existem separadamente. Ora, todas as causas devem ser eternas, mas especialmente estas, portanto, são elas as que operam naquilo que, do divino, nos é acessível. Deve haver, pois, três filosofias teóricas - a matemática, a física e essa, que podemos chamar de teologia, pois é óbvio que, se em algo está presente o divino, há de ser em coisas desta espécie. E a mais alta ciência compete tratar do mais alto dos gêneros"

Cf. Metafisica E 1025 b - 1026 a 32
Cf. Metafisica VI 1026a 10-23

domingo, 6 de março de 2011

É bom não esquecer


Reza o artigo 5º, inciso VI, da Constituição Federal de 1988 que:
É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Vamos fazer valer nossos direitos!!!